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OMS alertou para vírus que pode provocar uma nova pandemia?

O vírus Marburg foi detectado na Guiné e diretor-geral da organização falou de riscos e cuidados durante entrevista

MonitoR7|Do R7

Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS)

O Ministério da Saúde da Guiné, na África, reportou um caso do vírus de Marburg à Organização Mundial da Saúde (OMS), no último dia 6 de agosto. O caso foi detectado na cidade de Guéckédou, Sudoeste daquele país. O homem contaminado morreu oito dias depois do surgimento dos sintomas.

Em grupos de mensagens virtuais, circula trecho de uma coletiva da OMS, na qual o seu diretor-geral, Tedros Adhanon, fala sobre o trabalho da organização para investigar a origem do surto no país africano.

A mensagem inclui, além do vídeo, um texto com a tradução de um trecho da entrevista para o português. O autor da mensagem destaca que os vírus Marburg e da Covid-19 são diferentes, mas faz questão de frisar as falas do diretor da OMS que mostram que as medidas de prevenção são as mesmas: "Isolar e cuidar dos infectados, rastreando e colocando seus contatos de quarentena". 

O objetivo parece ser o de insinuar que os dois vírus fariam parte de algum tipo de plano da OMS. A mensagem, aliás, abre com uma frase enigmática: "A Cabal está engatilhando uma nova pandemia". Cabal é um termo em inglês que se refere um grupo de pessoas ou entidades que se unem para promover seus pontos de vista ou sua ideologia.

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O termo é muito usado por adeptos da teoria de conspiração QAnon e deriva da palavra "cabala", que é um uma interpretação mística do Torá, o livro sagrado do judaísmo. Os adeptos da teoria usam o termo para designar a "elite mundial". A publicação com o vídeo e essa interpretação conspiratória já teve pelo menos 22 mil visualizações.

Não há como relacionar os dois vírus. O Sars-Cov-2, que provoca o novo coronavírus, foi descoberto na China apenas no final de 2019. O vírus citado na entrevista da OMS teve seu primeiro registro em 1967, na cidade alemã de Marburg(daí o nome).

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A equipe de um laboratório local teve contato com o vírus ao trabalhar com macacos importados de Uganda. No mesmo ano, dois surtos da doença foram identificados em outros dois laboratórios. Sete pessoas morreram.

Desde então, foram registrados outros surtos e casos esporádicos em Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul e Uganda. Em 2005, a epidemia mais grave da doença aconteceu na Angola, deixando 329 mortos, entre 374 pessoas infectadas.

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O vírus de Marburg causa febre alta, acompanhada de hemorragia externa e interna. Ele é da mesma família do Ebola, mas é considerado um pouco menos perigoso que o seu "primo", apesar de ter um índice de letalidade de 90%. Ainda não existem vacinas ou tratamentos para a doença. Mas, segundo o diretor-geral da OMS, "há vacinas em desenvolvimento".

Na Guiné, 150 pessoas estão sendo monitoradas, pois tiveram contato com o homem que morreu em agosto. Este caso foi o primeiro detectado na chamada África Ocidental. Há dois meses, o país estava passando por um surto de Ebola. 

De acordo com a organização humanitária internacional, Médicos Sem Fronteiras, a Febre de Marburg é transmitida pelo sangue, líquidos biológicos, secreções e tecido humano ou animal infectado. As pessoas que entram em contato com pacientes infectados têm alto risco de contaminação. A única forma de prevenção existente é o isolamento dos doentes e a utilização de trajes específicos para aqueles com risco de contaminação.

É enganoso que a fala de Tedros Adhanom estaria "engatilhando um nova pandemia". Apesar de ser muito letal, o vírus de Marburg não tem o mesmo nível de transmissão que o Sars-Cov-2. A forma de transmissão também é completamente diferente. O trabalho de isolamento e rastreamento de contatos, por isso, tem resultados mais efetivos e permite um melhor controle da disseminação da doença.

Você tem uma informação que gostaria que fosse checada? Envie mensagem para o MonitoR7, por WhatsApp ou Telegram: (11) 9-9240-7777

É enganoso que OMS alerta para nova pandemia
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