Isaac Asimov previu celulares e foi além, antecipando as chamadas por vídeo
PixabayHoje, dia 6 de abril, comemoram-se 30 anos da morte do famoso escritor Isaac Asimov (1920-1992), considerado o pai da ficção científica. Atribui-se a ele, desde a década de 80, quando os celulares começaram a ser comercializados, a antecipação do conceito de smartphone e da dependência que esses aparelhos criariam na humanidade quase 50 anos antes de sua fabricação. Checamos, e é verdade.
A ideia foi registrada inicialmente no conto A Sensação de Poder, publicado em 1957. Nele, o autor narra a história de uma civilização avançada e completamente dependente das máquinas. No enredo, até a conta de cabeça foi esquecida e terceirizada aos "computadores de bolso", dispositivos que processavam qualquer equação matemática e ajudavam nas tarefas do dia a dia. Lembra alguma coisa?
O primeiro protótipo de um celular foi apresentado ao mundo pelo engenheiro da Motorola Martin Cooper, em 1973, 16 anos após o conto de Asimov. O aparelho só começou a ser vendido em 1983, por cerca de US$ 4.000.
O primeiro smartphone surgiu só em 1994, com o IBM Simon, que adicionou características dos assistentes pessoais multimídia aos celulares tradicionais.
Apesar de a ideia inicial do escritor estar mais ligada a uma calculadora, ele elaborou um pouco mais o conceito depois, em duas ocasiões. A primeira, em 1964, quando arriscou descrever o ano de 2014 em um artigo para o jornal The New York Times.
No texto "Visita à Feira Mundial de 2014", Asimov se imagina no futuro, assistindo a uma convenção internacional. Lá, ele vê robôs, dispositivos sem fios, casas subterrâneas, cozinhas inteligentes, colônias na Lua e carros voadores, num total de 50 profecias.
Algumas teorias não se confirmaram, já outras são assustadoras pela precisão. Por exemplo, pela crescente complexidade da sociedade, Asimov diz que a vida sem computadores seria "impossível" e que "os aparelhos de 2014 não terão cabos elétricos, é claro, pois serão alimentados por baterias de longa duração".
Já no fim de 1983, quando faltavam poucos dias para começar o ano que George Orwell escolheu como título de seu romance distópico, o jornal canadense Toronto Star propôs a Isaac Asimov prever o futuro. Escolheu 2019 não por acaso. Era um salto à frente de 35 anos. Uma faixa de tempo parecida com a que se precisaria viajar para trás até chegar a 1949, o ano de publicação de 1984, de Orwell.
"As comunicações se tornarão visuais e sonoras, e você verá e ouvirá a pessoa para quem telefonar. A tela poderá ser usada não apenas para ver as pessoas para quem você liga, mas também para estudar documentos e fotografias e ler trechos de livros. Os satélites síncronos pairando no espaço possibilitarão a você discar diretamente para qualquer ponto da Terra, incluindo as estações meteorológicas na Antártida", imaginou o escritor.
Na totalidade de sua carreira, Isaac Asimov apresenta ainda mais previsões, algumas comprovadas — como o aumento populacional, alterações no sistema de ensino devido aos avanços tecnológicos ou o aumento da importância da psicologia e da psiquiatria no sistema de saúde. Hoje, basta olhar ao redor para entender o quanto Isaac Asimov estava certo em suas previsões.
Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe a questão para o MonitoR7, que nós checamos para você: (11) 9 9240 7777.
*Estagiário do R7, com edição de Marcos Rogério Lopes.