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Anvisa indica vacinação em crianças só com prescrição médica?

Mensagens destacam documento oficial da agência sobre o uso de vacina em crianças de 5 a 11 anos

MonitoR7|Do R7

Sede da Anvisa, em Brasília
Sede da Anvisa, em Brasília Sede da Anvisa, em Brasília

Uma mensagem está viralizando em aplicativos ao mostrar um documento da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que mostraria que a agência exige prescrição médica para que seja administrada a vacina da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. A postagem tem mais de 3,5 mil visualizações em apenas um grupo.

A interpretação estaria partindo da frase “O medicamento é de venda sob prescrição médica”, de fato contida no documento “Parecer Público de Avaliação do Medicamento — Aprovação”, disponível online e publicado no dia 21 de dezembro. É o trecho desse documento, com essa frase, que é destacado nas mensagens viralizadas.

Para iniciar a checagem, verificamos outros pareceres da Anvisa para vacinas, e todos contêm a mesma frase. Nós, então, consultamos a Anvisa sobre o significado da frase nos pareceres. A agência informou que o trecho classifica o produto avaliado como parte de “uma das categorias de venda/comercialização de medicamentos” e que todas as vacinas são vendidas da mesma forma.

A agência explica que, ao serem incorporadas ao calendário nacional de vacinação e ao SUS, as vacinas são avaliadas para uso de um público definido, com especificações e cuidados estabelecidos por especialistas médicos. É uma prescrição válida para esse grupo, de maneira geral, dentro das condições estabelecidas. O estado, fornecedor da vacina, é o responsável pela sua forma de uso, “não necessitando de prescrição individual nesse caso”, segundo a nota da Anvisa.

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Ou seja, a vacina é autorizada por uma prescrição médica, que é responsabilidade do governo. Assim “as pessoas podem tomar as vacinas sem a necessidade de ter uma prescrição médica específica”, completou a Anvisa.

A frase que consta do documento oficial da Anvisa sobre o uso de vacinas da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos (e de todos os demais pareceres de vacina feitos pela agência) não tem, portanto, relação com a defesa do presidente Jair Bolsonaro da obrigatoriedade de uma prescrição médica individual, para a vacinação de cada criança.

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Uma indicação de que o Ministério da Saúde exigiria essa prescrição individual, como defendido pelo presidente, gerou uma reação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O órgão divulgou uma "carta de Natal às crianças do Brasil", no dia 24 de dezembro passado, informando que as secretarias estaduais não exigirão prescrição médica para a vacinação infantil. O Ministério da Saúde iniciou uma consulta pública sobre o tema, cujo prazo se encerrou no último domingo (2) e recebeu mais de 24 mil contribuições.

Portanto, apesar de o documento apresentado nas mensagens viralizadas ser verdadeiro e conter a frase destacada, a interpretação feita a partir do documento é falsa. A Anvisa não exige prescrição médica individual para que crianças de 5 a 11 anos recebam a vacina contra a Covid-19. A agência recomendou a vacinação para essa faixa etária com aquela vacina.

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A incorporação da vacina ao programa nacional de vacinação e ao SUS, a partir da recomendação da Anvisa, é equivalente à prescrição médica para todos os brasileiros nessa faixa etária, de acordo com as condições estabelecidas pela agência e pelo governo.

Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe-a para o MonitoR7 que nós checamos para você: (11) 9 9240-7777.

A interpretação do documento da Anvisa, viralizada em aplicativos de mensagens, é falsa
A interpretação do documento da Anvisa, viralizada em aplicativos de mensagens, é falsa A interpretação do documento da Anvisa, viralizada em aplicativos de mensagens, é falsa

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