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Balanço e resultados de um ano de vacinação contra Covid-19

Desigualdade na distribuição de doses e resistência de parte da população são entraves para campanha de vacinação

MonitoR7|Do R7

Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa a ser vacina contra a covid no Reino Unido
Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa a ser vacina contra a covid no Reino Unido Margaret Keenan, de 90 anos, foi a primeira pessoa a ser vacina contra a covid no Reino Unido

No próximo dia 8 vai completar um ano que Margaret Keenan, uma mulher britânica de 90 anos, à época, recebeu uma dose da vacina Pfizer/BioNTech. Ela foi a primeira pessoa no Ocidente a receber uma dose de uma das vacinas desenvolvidas para combater o Sars-Cov-2, fora os profissionais de saúde que atuavam no combate à doença provocada pelo vírus.

Este é considerado o marco inicial da vacinação em massa contra Covid-19 no mundo. Três dias antes, a Rússia tinha começado a vacinar seus profissionais de saúde. Na China, em julho de 2020, o governo já havia começado a vacinação em profissionais de saúde de alto risco, com uma vacina que era ainda experimental à época, da Sinopharm. 

Desde então, 7,98 bilhões de doses, de diversas fabricantes, foram administradas globalmente para o combate ao coronavírus. Esta campanha, até agora, permitiu que 54,4% da população mundial já tenha recebido pelo menos uma dose de uma das vacinas disponiveis e 42,96% das pessoas estejam totalmente imunizadas, segundo o site Our World In Data, que compila dados de todos os países.

Mas, apesar de 31,01 milhões de doses serem aplicadas diariamente no planeta, a corrida contra a Covid-19 enfrenta alguns obstáculos. O Reino Unido, onde a vacinação em massa começou, tem 67,9% de sua população vacinada. Enquanto em países como Chile e Portugal essa proporção se aproxima de 90%. Mesmo que se considere que a população do Reino Unido é muito maior que a desses países, o ritmo de vacinação entre os britânicos não reflete a gravidade da pandemia.

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Os Estados Unidos, que também começaram sua campanha de vacinação em dezembro de 2020, tem atualmente 58,1% de sua população totalmente imunizada. Abaixo dos 63,2% registrados no Brasil, onde a vacinação começou mais de um mês depois, com variedade de vacinas e disponibilidade de doses bem menor do que as dos EUA.

Um dos motivos para esse ritmo lento da vacinação em alguns países está na forte campanha de disseminação de notícias falsas contra as vacinas. Sobre este tema, você pode ler um outro texto, aqui mesmo no MonitoR7(link abaixo).

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Além da resistência às vacinas, impulsionada por fake news, há outro fator que prejudica os resultados da vacinação contra Covid-19. A desigualdade na distribuição faz com que haja países em que jovens já estejam recebendo a terceira dose de imunizante, enquanto em países da África sequer os profissionais de saúde tenham tomado a primeira dose.

Segundo a ong Médicos sem Fronteiras, das oito bilhões de doses de vacinas já distribuídas pelo mundo, apenas 5,5% chegaram aos países mais pobres. E não é por falta de vacinas. Até o final de 2021, os laboratórios terão produzido 12 bilhões de doses. Ou seja, o suficiente para vacinar todos os adultos do mundo. As dez nações mais ricas do planeta tem um excesso estimado em 870 milhões de doses.

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Já de acordo com a Organização das Nações Unidas(ONU), apenas 5,9% dos moradores em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose. A Nigéria, que é o país mais populoso da África, só vacinou completamente 1,7% de toda a sua população. 

O ritmo atual de vacinação não indica uma solução de curto prazo para o problema: no mundo, são aplicadas seis vezes mais doses de reforço do que primeiras doses em países pobres. A recente descoberta de uma nova variante do coronavírus, a Ômicron, aumentou a preocupação de que o ritmo atual de vacinação e a distribuição desigual de vacinas pelo mundo favoreça o surgimento de cada vez mais novas variantes, com potencial maior de contaminação ou até resistência às vacinas já disponíveis.

Apesar dos obstáculos, a vacinação no mundo apresenta resultados indiscutíveis. O número diário de mortes no planeta caiu de 1,85 por milhão de pessoas em 26 de janeiro passado para 0,94 por milhão no último dia 2. Já o número de novos casos registrados diariamente no mundo caiu dos 104,93 por milhão de pessoas registrado em 29 de abril passado para 75,31 por milhão no dia 2 deste mês.

Além disso, nos países em que está mais adiantada a vacinação, já foi possível reduzir muito as medidas restritivas e retomar boa parte dos hábitos anteriores à pandemia. Se o mundo conseguir, em conjunto, resolver os problemas que prejudicam o ritmo de vacinação e o acesso igualitário às vacinas, estaremos menos sujeitos a novas variantes e mais próximos da superação do coronavírus.

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