É verdade que existe uma patente de 2015 para um teste contra a COVID-19 e isso prova que a pandemia foi algo planejado?
Essa afirmação voltou a ganhar força em compartilhamentos nas redes sociais na segunda semana de fevereiro de 2022 e mostra dados da patente ‘US20200279585A1‘, do pesquisador Richard Rothschild, para um teste de COVID-19.
O que chama a atenção é que a tal patente teria sido concedida em 2015, provando de uma vez por todas que a pandemia do novo coronavírus teria sido algo orquestrado bem antes de 2019.
Essa afirmação circula desde 2020, como podemos ver em publicações feitas em sites em outubro daquele ano, onde era afirmado que o “falso teste de COVID” havia sido inventado anos antes da pandemia!.
Será que isso é verdade ou mentira?
E-Farsas
E-FarsasA patente ‘US20200279585A1’ existe e trata-se de um sistema para analisar dados biométricos do usuário e, de acordo com algoritmos desenvolvidos pelo pesquisador, determina se o usuário está com COVID-19.
Só que, diferente do que foi espalhado, ela foi solicitada em maio de 2020 (e não em 2015).
A verdade é que a data “2015-10-13“ se refere à “Prioriteitsdatum” (“data de prioridade”, em holandês). A data de prioridade é a primeira data de depósito em uma família de pedidos de patente relacionados ou pode se referir à primeira data de depósito de uma característica particular de uma invenção.
Numa simples consulta na página de buscas do repositório Espacenet, podemos verificar que a patente em questão foi publicada no dia 03 de setembro de 2020 (perceba que a data de 2013 está na coluna “date de priorité” (ou “data prioritária”, em francês):
Rothschild possui uma série de pedidos de patentes que possuem recursos semelhantes aos da US20200279585A, como o uso de dados biométricos, por exemplo.
Pedido de continuação
Nos Estados Unidos é possível se fazer um pedido de patente chamado Continuation in Part (ou “pedido de continuação”, em inglês), onde o inventor pode acrescentar novos elementos a uma solicitação de registro já existente.
O que acontece em patentes desse tipo é que a invenção anterior deve obrigatoriamente ser parte integrante da nova.
Conclusão
Não é verdade que foi patenteado um teste para a COVID-19 em 2015! A patente é de setembro de 2020 e utiliza métodos biométricos de uma patente mais antiga!
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