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É possível morrer de soluço?

Manifestação não costuma ser perigosa; no entanto, pode sinalizar problemas de saúde

MonitoR7|Giovanna Borielo, do R7

Madrasta da protagonista Meredith Grey morre em decorrência de um soluço em um episódio da série
Madrasta da protagonista Meredith Grey morre em decorrência de um soluço em um episódio da série Madrasta da protagonista Meredith Grey morre em decorrência de um soluço em um episódio da série

Os fãs do tradicional seriado Grey's Anatomy costumam ver situações médicas curiosas e, por vezes, ficar com medo de eventos comuns.

Um dos episódios que podem gerar esse receio é aquele em que a madrasta da protagonista Meredith Grey, Susan, vai ao hospital em virtude de um soluço crônico causado por refluxo e que, no centro cirúrgico, acaba sendo a causa de sua morte.

Assim, o capítulo traz a indagação aos espectadores da série: afinal, soluço pode matar?

O soluço, em si, não mata, alegam as nutrólogas Patrícia Santiago e Ana Luísa Vilela. No entanto, o soluçar pode se tratar de manifestação de doenças de base que podem vir a causar a morte.

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"Não é o soluço propriamente que mata, mas ele pode estar associado a doenças graves que, se não forem tratadas, podem levar à morte. Esse é o principal agravo do extremo do soluço crônico", afirma Patrícia.

A gastroenterologista Patrícia Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que os soluços acontecem quando o diafragma, o músculo que separa o peito da barriga, se contrai repentinamente.

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"Quando isso acontece, você inspira ar e sua caixa de voz se fecha, o que causa o som 'hic'."

Ela esclarece que, na maioria dos casos, as crises de soluço não duram mais de 48 horas e desaparecem sozinhas, sem efeitos duradouros. Já os casos que duram mais de um mês são chamados de "soluços intratáveis".

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Entre as principais causas do soluço, as especialistas citam a ingestão de comida muito quente ou picante; comer muito rápido; refeições pesadas; consumo excessivo de álcool; consumo de refrigerantes; fumar; fatores emocionais como estresse e ansiedade; irritação dos nervos vago e frênico; medicações, como diazepam e dexametasona; alterações toxicometabólicas; situações pós-operatórias; refluxo ácido; e até câncer. 

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Na maioria dos casos, os soluços são inofensivos. No entanto, Patrícia Santiago acrescenta que várias causas orgânicas podem provocar soluços crônicos que podem durar anos, causando desnutrição, perda de peso, desidratação, fadiga, depressão, insônia e deterioração da qualidade de vida.

"Caso não tenha melhora nas próximas 24 horas, procure uma avaliação médica para definir e tratar a causa do soluço."

Para prevenir os soluços, as especialistas recomendam fazer refeições menores, com ingestão mais lenta; reduzir o consumo de bebidas alcoólicas; fugir de alimentos apimentados; e evitar o consumo de bebidas gasosas durante as refeições.

E para cessar uma crise de soluço?

As médicas enumeram algumas dicas para ajudar a cessar as crises de soluço:

• prender a respiração por um curto período;

• beber água gelada;

• morder um limão ou experimentar vinagre;

• aproximar os joelhos até o peito e inclinar-se para a frente;

• respirar em um saco de papel sem colocá-lo na cabeça;

• engolir um pouco de açúcar granulado.

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Patrícia Santiago declara que algunas das orientações estão relacionadas ao nível de CO₂ (gás carbônico) no sangue.

"Quando essa concentração aumenta, ela pode ajudar a contrair o diafragma e acalmar o nervo frênico, interrompendo esse reflexo."

Já a água gelada é associada tanto à mudança de vibração do diafragma quanto a um estímulo do nervo vago, que é ligado à secreção de líquidos digestivos e também afeta o músculo responsável pelos soluços.

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