Manifestantes em ato pró-Bolsonaro em São Paulo no feriado de 7 de setembro
Miguel Schincariol/AFP -Está circulando nas redes sociais um áudio de 13 minutos, atribuído ao advogado Modesto Carvalhosa, em que é feita a defesa de medidas como a prisão de ministros do STF e o fechamento do Congresso Nacional.
A publicação, além do áudio, inclui uma foto de Carvalhosa, o nome dele, a palavra "jurista" e a frase: "O que vai acontecer dentro da lei", que resumiria o conteúdo do áudio. Essa postagem pode ser encontrada no Facebook e no YouTube, com mais de 10 mil visualizações.
No áudio, feito após as manifestações pró-governo em sete de setembro, a voz masculina classifica os atos como “estardalhaço das ruas” e afirma que em São Paulo foram registradas mais de 3 milhões de pessoas nas ruas. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública, foram contabilizadas 125 mil pessoas na Avenida Paulista.
Ainda na fala, a pessoa faz duras críticas ao Supremo Tribunal Federal(STF), que é classificado como um “amontoado de canalhas”; acusa as eleições de 2018 terem sido fraudadas; e projeta cenários golpistas para o futuro do país. Ali, é sugerido ao presidente Jair Bolsonaro(sem partido) que decrete um estado de sítio e que feche o Senado e a Câmara dos Deputados, além de prender ministros do STF.
No entanto, o áudio é falso. Em contato com o Monitor7, o advogado Modesto Carvalhosa negou ser o autor da publicação. “Esse áudio é absurdamente falso, e foi colocado de uma maneira criminosa, pois atribui a uma pessoa uma série de ideias sobre um assunto seríssimo, que é esse assunto institucional, atribuindo a uma pessoa um chamamento a um golpe de estado. É um abuso absoluto das redes sociais permitirem que aconteça uma coisa dessas”.
Carvalhosa reitera que diferentemente do que é dito no áudio, as ações propostas não estão “dentro da lei”, e que na verdade, caracterizam um golpe de estado: “Ali é uma proposta de golpe de estado, dizendo que na Constituição pode se fechar o Poder Legislativo e o Judiciário. E acha que é muito constitucional. Eu nunca vi isso. É muito vulgar, grosseiro e primário em matéria de Constituição e de Direito”.
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