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Gibraltar: população vacinada e surto de casos de Covid-19?

Aumento de casos em território europeu com quase toda população vacinada coloca as vacinas em cheque?

MonitoR7|Do R7

Bandeira de Gibraltar,
à esquerda
Bandeira de Gibraltar, à esquerda Bandeira de Gibraltar, à esquerda

Mensagem circulando em grupos de aplicativos afirma que Gibraltar enfrenta um novo surto de Covid-19. O pequeno país europeu tem mais de 99% de sua população totalmente vacinada contra a Covid-19 desde maio. Mesmo assim, foi registrado um grande aumento no número de casos e o governo local decretou novas medidas restritivas, para controlar a doença. 

A mensagem inclui notícia do portal "Big League Politics", sobre um aumento de 2.500% de contaminações pelo novo coronavírus em Gibraltar e uma "falha da vacinação". O portal, que diz apresentar "as notícias que você precisa conhecer", tem fama polêmica, e é associado, inclusive, à divulgação de teorias de conspiração. 

Gibraltar é um território ultramarino britânico, que fica ao Sul da Espanha. Com pouco menos que sete quilômetros quadrados de área, o território tem em torno de 33 mil habitantes. A economia local se baseia em navegação, turismo e atividades bancárias.

Desde março passado, a administração do território vinha flexibilizando algumas medidas de combate à pandemia. O pico de contaminação ocorreu entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, mesmo com medidas severas de restrição durante todo o ano de 2020. No dia 30 de dezembro o país teve seu pico de casos diários(180). O maior registro diário de mortes ocorreu em 17 de janeiro deste ano, com nove casos.

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Os números passaram a cair drasticamente, a partir daí, com o avanço da vacinação. A partir da metade de fevereiro os casos caíram para números entre um e sete. Do final de março até o início de junho, na maior parte dos dias não foi registrado nenhum caso da doença. Por esse motivo, nesta época foram flexibilizadas as medidas de combate à pandemia, com abertura de bares e restaurantes e liberação do uso de máscaras.

A partir da metade de junho passado, os números de casos voltaram a crescer, atingindo seu pico em meados de julho. Considerando que em 28 de junho houve um único diagnóstico da doença e em 17 de julho foram 28 casos registrados, o aumento foi até maior do que o calculado pelo portal citado nas mensagens: 2.800%. Mas não é um dado surpreendente, considerando que a base de comparação é muito baixa.

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De qualquer forma, o pico de casos nesse novo momento de alta em Gibraltar são bem menores do que o registrado em dezembro passado. Nos piores dias de julho(16 e 20), o número de casos novos foi de 40. No pior dia de dezembro de 2020, foram registrados 180 casos. Número 450% maior.

Além disso, os dados de mortes também dificultam a tentativa de se questionar a validade da vacinação. Depois de uma morte registrada no dia 13 de março, só voltou a ser registrado um óbito por Covid-19 no território em 4 de agosto. Depois, ainda em agosto, ocorreram mais duas mortes. Uma no dia 16 e outra no último dia 26. Foram três mortes em um mês. Em janeiro deste ano, só no dia 17, nove pessoas morreram com a doença.

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De acordo com a infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, mesmo com todos os habitantes vacinados, um país pode enfrentar um aumento de casos de Covid.

"As vacinas não dão 100% de proteção ao vírus, as pessoas que não responderam adequadamente ao imunizante podem contrair a doença. Embora haja a diminuição na transmissão, ele se mantém em circulação", afirma a médica.

"Outro fator para se levar em consideração é que a eficácia das vacinas diminui em cerca de 6 ou 8 meses, podendo voltar a ter casos da doença na população", completa Raquel.

Os dados de Gibraltar, no entanto, não permitem afirmar que a estratégia de vacinação foi mal sucedida. Considerando-se ainda a possibilidade da variante Delta ser um fator complicador no controle da doença, mesmo com toda a população vacinada. E que pode justificar a decisão do governo local de adotar novamente medidas restritivas para reduzir a proliferação da doença.

Imagem extraída de aplicativos de mensagens
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