Mensagens muito compartilhadas em grupos anti-vacina destacam em seu título: “Japão coloca alerta sobre vacinas COVID”. Junto ao título vem anexado um artigo de site do Reino Unido, sem tradução.
No texto, o autor nomeia as vacinas de “terapias genéticas experimentais” e critica a exigência do passaporte sanitário, medida adotada em vários países. E, ao longo do texto, sempre é destacada a informação sobre o alerta feito pelo Ministério da Saúde japonês em relação às vacinas.
A informação sobre o alerta é verdadeira. Realmente os frascos de vacinas contra Covid-19 no Japão vem com um aviso: "esse produto contém um aditivo que nunca foi usado anteriormente em uma vacina".
O aviso se refere, especialmente, às vacinas que utilizam a tecnologia de RNA mensageiro, que foi desenvolvida há algum tempo, mas efetivamente foi usada pela primeira vez em vacinas contra Covid-19, como as da Prfizer/BioNTech e da Moderna.
Mesmo sem esse aviso, no restante do mundo essa informação nunca foi escondida. Desde o seu desenvolvimento, toda a imprensa destacou o pioneirismo tecnológico destas vacinas e o tema foi objeto de discussão pelas agências de vigilância sanitária que aprovaram o uso das vacinas. Países como Brasil e Estados Unidos já concederam até registro definitivo para uma delas, fabricada pelo laboratório Pfizer.
No documento do Ministério da Saúde, do Trabalho e do Bem-Estar Social do Japão (MHLW), o órgão explica que pessoas com hipersensibilidade ou que já tiveram reações alérgicas no passado informem a situação antes de receber a aplicação. Mas o documento destaca que o risco da vacina causar algum problema de saúde é “extremamente raro”.
As vacinas usadas contra a Covid-19 passaram por uma série de testes e foram aprovadas pelas principais agências reguladoras do mundo, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Food and Drug Administration (FDA) e a Agência europeia de Medicamentos (EMA) e não são experimentais, como afirmado no texto da mensagem viralizada.
Outro ponto abordado no texto é em relação à obrigatoriedade da vacina. De fato, como é dito no artigo, o Japão não impôs mandatos de vacinação no país. No site do ministério, o órgão diz “encorajar” os cidadãos a se vacinarem, mas que tomar a vacina não é uma meidda obrigatória.
Apesar disso, os japoneses aderiram à campanha de vacinação. Segundo dados do site “Our World in Data”, até esta terça-feira (22), o país asiático já tinha 78,2% da população totalmente vacinada.
A média de novos casos em relação aos últimos 7 dias está abaixo de 200. Para efeito de comparação, no dia 22 de julho deste ano, às vésperas das Olimpíadas de Tóquio, a média era de 3.829 novos casos/dia. Naquele momento, apenas 25% da população havia recebido às duas doses da vacina.
A vacina, mesmo com alerta nos frascos e sem exigência de comprovante de vacinação, tem sido a principal arma usada pelo Japão no combate à Covid-19. Com bons resultados.
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