Ministro da Saúde sul-africano disse que nova variante não é 'nada perigosa'?
PixabayA nova variante do coronavírus despertou um alarme no mundo inteiro. Identificada na África do Sul, ela foi batizada de Ômicron pela OMS. Um vídeo do ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, circula nas redes sociais, com a informação de que o político teria dito que essa variante não é perigosa.
O trecho usado nas postagens tem cerca de um minuto e foi retirado de vídeo da britânica Sky News sobre entrevista da autoridade sul-africana. A legenda da publicação diz o seguinte: "O ministro da Saúde da África do Sul diz que sempre houve variantes de tudo. Não é nada novo, nada estranho e nada perigoso! Todo mundo que fala sobre emergência está simplesmente mentindo! Não há necessidade de novo reforço nem de vacinas". Até o momento, a postagem já foi visualizada mais de 3,7 mil vezes.
Apesar de a entrevista mostrada no vídeo ser real, as falas de Phaahla não correspondem à descrição da legenda. O ministro fala sobre os testes ainda insuficientes em relação às vacinas e a eficácia delas contra a Ômicron. "Não há indicação de que as vacinas vão prevenir infecções severas dessa nova variante. Não há evidências disso", afirma Phaahla.
Além disso, o ministro fala sobre o bloqueio das fronteiras que alguns países, inclusive o Brasil, impuseram à África do Sul, por causa da variante. Em outro momento da entrevista, que não está no trecho que viralizou, o ministro diz que as medidas de restrição a viajantes são "injustificáveis".
Phaahla também criticou os países que querem "pôr a culpa” na Àfrica do Sul e atribuir a variante ao país, em vez de trabalhar em colaboração para resolver a situação conforme orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“O tipo de reação automática realmente não faz sentido”, afirma o ministro em outro momento da coletiva, acrescentando que a proibição de viagens viola as normas e padrões da OMS. Phaahla disse ainda que essa espécie de "caça às bruxas" não beneficia a ninguém neste momento. “Covid-19 é uma emergência de saúde global. Devemos trabalhar juntos, não punir uns aos outros", completou o político.
Phaala disse que estudos preliminares sugerem que a variante pode ser mais transmissível devido à sua composição genética e por isso ela é considerada "uma nova variante de grande preocupação". A OMS, nesta segunda-feira (29), declarou que o risco da nova variante é "muito alto", já que é possível que ela escape à proteção das vacinas disponíveis, em razão do número de mutações.
Até o momento, a Ômicron já foi registrada em pelo menos doze países. Entre eles, além da África do Sul, estão Alemanha, Austrália, Bélgica, Botsuana, Holanda, Israel, Reino Unido e República Tcheca. Todos os continentes registram pelo menos um caso da Ômicron.
"O uso de máscara, o distanciamento físico, a ventilação do espaço interno, a prevenção de multidão e a higiene das mãos continuam fundamentais para reduzir a transmissão do Sars- CoV-2, mesmo com o surgimento da variante Ômicron", reitera a OMS em relatório técnico.
Portanto, as falas atribuídas ao ministro da Saúde sul-africano nas postagens que checamos são totalmente falsas. Elas não correspondem ao que ele disse durante entrevista coletiva retratada no vídeo que acompanha as postagens.
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