Resumindo a Notícia
- Música não afeta a inteligência, mas é um estímulo ao cérebro
- Bebês podem ouvir canções que gostem
- Criatividade e elaboração de imagens mentais são estímulos ao cérebro
Inteligência depende dos fatores sociais para cada indivíduo
Henry Be/ UnsplashA música consegue deixar as pessoas mais inteligentes? Vale a pena pôr música clássica para os bebês ouvirem?
"Não é possível dizer que alguém seja mais inteligente por ouvir música, não há nenhuma comprovação; o que podemos dizer é que a música pode desenvolver competências e habilidades que envolvem outras capacidades cognitivas", explica o coordenador do curso de psicologia da Universidade Estácio, Pedro Beranger. Ele explica que cada indivíduo tem aptidões únicas e destaca o estudo do psicólogo Howard Gardner sobre as inteligências múltiplas como um exemplo.
De acordo com Beranger, a inteligência se expressa de formas variadas. "Cada pessoa tem suas características pessoais, sociais, culturais e econômicas, e a inteligência é um fator complexo de ser avaliado. Por essa razão, é impossível dizer que um é mais inteligente que o outro."
Uma pesquisa realizada em 1993 por três norte-americanos e divulgada pela revista Nature afirmava que crianças que entrassem em contato com a música de Wolfgang Amadeus Mozart se tornariam mais inteligentes, o que criou o chamado "efeito Mozart".
O estudo foi desenvolvido com três grupos. Eles tinham que realizar uma série de exercícios mentais: o primeiro ouvia Mozart enquanto realizava as atividades; o segundo teve a experiência de escutar músicas de relaxamento; e o terceiro ficou em silêncio. O primeiro grupo teve um desempenho melhor.
Contudo, novas pesquisas mostraram que o aumento da inteligência se dá pelos estímulos induzidos por vários fatores e não só pela música clássica.
"O efeito Mozart não deixa ninguém mais ou menos inteligente, o que de fato acontece é que a partir da pesquisa o desenvolvimento de competências como a atenção, memória e percepção permite a cada um de nós uma experiência mais complexa", enfatiza Beranger.
Além de ser prazerosa, a música permite novas experiências
Manuel Nageli/ Unsplash"Pensando num aspecto mais psicológico, a música envolve diversos fenômenos que são: atenção, pensamento abstrato, raciocínio lógico e processos de aprendizado, o que estimula as sensações, a criatividade, a elaboração de imagens mentais, e, também, o relacionamento com outras pessoas", avalia.
A música pode ser, de acordo com o especialista, uma forma de auxiliar o desenvolvimento dos bebês e das crianças no dia a dia.
"Vale colocar música, sim, mas deve respeitar os limites que os bebês têm e oferecer algo de que eles gostem, suave, já que os pequenos são sensíveis e requerem atenção".
Estagiária do R7 sob supervisão de Karla Dunder