Pelé não brilhou somente nos gramados. Com participações e pequenos papéis, o Rei do Futebol também tinha uma carreira no cinema e na televisão. Não por coincidência, uma das frases mais célebres do cotidiano brasileiro faz referência ao Pelé ator.
“Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé!" Dita no seriado mexicano Chaves, o momento foi traduzido e adaptado pela dublagem brasileira para fazer mais sentido para os espectadores. No entanto, o que pouco se sabe é que existiu uma oportunidade de assistirmos a Pelé e Chaves juntos em cena, mas que o ator Roberto Bolaños recusou.
Em sua autobiografia, o comediante mexicano conta sobre o dia em que recebeu uma ligação inesperada do Brasil. Na linha? Pelé perguntava se era "El Chavo del Ocho" — em referência ao título original do seriado de comédia — e se ele estava bem. Bolanõs conta esse episódio no livro Sin Querer Queriendo Memorias ("Sem Querer, Querendo, Memórias", em tradução livre), lançado em 2006.
“Na sequência, ele me detalhou o motivo de sua ligação: queria que filmássemos um longa-metragem compartilhando créditos, mas havia um inconveniente que nos impediria de realizar o projeto: ele queria que eu atuasse caracterizado como Chaves”, escreveu o comediante.
Bolaños explicou a Pelé que havia decidido nunca levar Chaves para o cinema. “É um produto para televisão e ali deve permanecer”, sentenciou.
De acordo com a autobiografia, alguns dos motivos para nunca produzir um filme do Chaves eram o tamanho reduzido da vila e a morte de integrantes do elenco — como Ramón Valdés, o Seu Madruga, em 1988, três anos antes da ligação do Rei do Futebol.
Nas palavras de Bolanõs, ver-se na grande tela do cinema como o menino que vivia no barril seria "grotesco".
Apesar de não ter conseguido firmar a parceria com o comediante mexicano, Pelé tem no currículo um filme com o astro americano Sylvester Stallone.
Morte do Rei do Futebol
Pelé foi internado em 29 de novembro para tratamento de câncer de cólon. O Rei passou o mês internado ao lado de familiares, que se revezaram no Hospital Albert Einsten, em São Paulo. O ex-jogador vinha sofrendo com sucessivos problemas de saúde e, dessa última vez, passou por uma reavaliação da terapia quimioterápica e pelo tratamento de uma infecção respiratória.
Em 21 de dezembro, o quadro se agravou, com a aceleração do câncer e problemas renais e cardíacos. A morte, na última quinta-feira (29), foi confirmada pela filha Kely Nascimento e pelo próprio hospital.
O velório será no estádio Urbano Caldeira, a Vila Belmiro, na segunda-feira (2) e deve durar até terça (3). Depois, o corpo será levado em um cortejo pela cidade de Santos e seguirá para o Memorial Necrópole Ecumênica, onde Pelé será sepultado.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Carla Canteras
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