Louie Knuxx, rapper neozelândes, morreu aos 42 anos
Reprodução/Redes SociaisLouie Knuxx, um rapper neozelandês também conhecido pela militância recente a favor da vacinação contra Covid-19, morreu no dia 13 de agosto, em Melbourne, na Austrália. Aos 42 anos, ele estava praticando corrida perto da casa em que morava, quando sofreu um ataque cardíaco fulminante.
No dia 16 de julho, Knuxx postou em sua conta no Twitter: “Manhã depois da segunda dose da vacina da Pfizer, dor no braço e é isso”. Ele morreu depois de 28 dias. Em seus perfis nas plataformas virtuais, o neozelandês fazia questão de demonstrar que era a favor das campanhas de vacinação, além de confrontar aqueles que não concordavam com ele.
O verdadeiro nome dele era Todd Williams. Em suas redes sociais, ele se apresentava como um cantor de rap aposentado e que participava de um podcast, intitulado “How Not to be an Asshole”(como não ser um idiota, em tradução livre).
O canal de vídeos do cantor tem mais de dois milhões de inscritos e nele, além de suas músicas e episódios do podcast, estão postados comentários do rapper sobre artes marciais, como UFC e MMA.
Apesar de não ter um pronunciamento oficial por parte das autoridades, o irmão de Williams, Mathew, informou que o corpo do rapper foi encaminhado aos legistas. O objetivo é definir o que pode ter provocado o ataque cardíaco que provocou a morte do cantor.
Nas redes sociais, no entanto, logo surgiram postagens ligando o problema cardíaco que vitimou o Louiu Knuxx com reações provocadas pela vacina contra Covid-19. Em grupos de aplicativo logo se espalhou uma mensagem que traz uma foto do cantor e uma legenda que conta a suposta causa da morte e como ela aconteceu. Pelo menos 1.800 pessoas visualizaram essa mensagem.
Knuxx lançou seu primeiro trabalho, o álbum "Wasted Youth", em 2006. O rapper morava na Austrália havia três anos, onde dirigia um projeto chamado Chin-Up, para crianças que viviam em situação de risco. Através de workshops e mentoria, os irmãos Williams ajudavam os jovens do programa.
O MonitoR7 contatou um infectologista para compreender melhor qual a possível relação entre a vacinação e a morte do rapper. O doutor Alexandre Naime, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologistas, afirma que as ocorrências cardíacas com os imunizantes RNAm se dão por conta da estrutura molecular dessas vacinas. Mas, segundo o infectologista, os casos registrados foram todos de miocardite e nenhum evoluiu para ataque cardíaco. Em sua explicação, o infectologista reitera que "Miocardite é uma inflamação do músculo cardíaco".
Naime ainda explica que as vacinas estimulam a produção de anticorpos(linfócitos T) e esses estímulos acabam provocando atividade em outras células também. "Alguns desses estímulos são gatilhos, são reações que podem atacar o próprio organismo." O médico afirma que essas respostas imunológicas se cruzam com células do organismo e isso pode acarretar em uma reação adversa, como é a miocardite. "É uma manifestação autoimune, que pode ou não acontecer e na maioria das vezes não acontece.".
Em junho de 2021, foram publicados dois estudos, no periódico cientíifico JAMA Cardiology, sobre a relação entre miocardites, que são inflamações no músculo cardíaco, e as vacinas das farmacêuticas Pfizer e Moderna. As duas pesquisas reúnem, juntas, 30 ocorrências.
Os pacientes afirmaram sentir fortes dores no peito alguns dias após a vacinação. Mas todos se recuperaram após alguns dias e não tiveram outras complicações. A maioria era de homens entre 20 e 51 anos. Além disso, 20 dos 30 casos, ocorreram depois da segunda dose do imunizante.
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças(CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, emitiu, em junho também, um comunicado afirmando que havia recibido notificações de inflamações cardíacas (miocardites e pericardites) após a segunda dose da vacina. Contudo, os casos eram raros, visto a quantidade de pessoas que já haviam sido vacinadas e não apresentaram o mesmo problema. Apesar do alerta, o CDC segue com a recomendação de vacinação, já que, na avaliação do órgão, os riscos da Covid-19 são maiores do que os apresentados pelo imunizante.
Em um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde de Israel, foram registrados 275 casos de miocardite, entre dezembro de 2020 e maio de 2021, dentre as mais de 5 milhões de pessoas vacinadas. No experimento, 95% dos casos foram considerados leves e a maioria dos pacientes não passaram de quatro dias no hospital. Nas conclusões, é reforçado que os casos foram leves e tratadaos em poucos dias.
A Agência de Vigilância Sanitária(Anvisa), em julho deste ano, emitiu um alerta para o risco de inflamação cardíaca decorrente da aplicação de vacinas com a tecnologia RNA mensageiro(RNAm), que é o caso dos imunizantes da Pfizer e da Moderna. Apesar do alerta, a Anvisa afirmou que nenhum caso assim foi registrado no Brasil e que permanece recomendando o uso do imunizante.
Em comunicado, a agência reafirma: “A Anvisa reforça a importância da continuidade da imunização com a vacina da Wyeth/Pfizer [...] uma vez que, até o momento, os benefícios superam os riscos.”. Tanto o CDC, quanto a Anvisa pedem que em qualquer indicação de dores no peito, falta de ar e/ou palpitações que o indivíduo procure imediatamente atendimento médico.
Em nota ao MonitoR7, a farmacêutica Pfizer, alvo da mensagem enganosa, afirma que está ciente dos casos reportados, porém reforçam que: "[...] é um efeito colateral extremamente raro e apenas um número muito pequeno de pessoas poderá apresentar esses relatos após a vacinação.". Além disso, a empresa reitera a decisão do CDC de "incentivar fortemente a vacinação" contra a Covid-19, uma vez que o perfil risco-benefício permanece positivo.
Desde o início da pandemia, já foram registradas mais de 4,5 milhões de mortes por Covid-10 no mundo inteiro. No Brasil, o número de vítimas chega perto dos 580 mil. Entretanto, já foram ministradas, globalmente, mais de 5,2 bilhões de doses de vacinas, contabilizando cerca de 2,1 bilhões de pessoas totalmente vacinadas. Para os brasileiros, o número de pessoas completamente vacinadas está perto de 60 milhões. Os dados são da organização de coleta e organização de dados globais, Our World in Data.
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