A imagem é no mínimo curiosa: um homem, à frente de um púlpito, é surpreendido pela chegada de um manifestante, com semblante fechado, que joga uma torta em seu rosto, enquanto ele discursava durante evento na Austrália.
Nas publicações que acompanham o vídeo, é dito que a vítima do protesto, diretor-executivo de uma companhia aérea australiana, levou a "torta na cara" por causa “de seus mandatos de vacina”.
O vídeo viralizou ao redor do mundo e passou a circular nesta semana em grupos de Telegram no Brasil. Na maior parte das publicações, a explicação para a motivação do protesto envolvia a vacinação obrigatória contra a Covid-19.
No entanto, essa informação é falsa.
O caso, na verdade, ocorreu em 2017, quando Alan Joyce, CEO (Chief Executive Officer) da Qantas Airways, empresa de aviação australiana, discursava em um evento empresarial, em Perth, na Austrália. O agressor, Tony Overheu, foi preso em flagrante após o ataque.
Assista ao vídeo:
O agressor, que tinha 67 anos na época, revelou que jogou a torta no rosto do executivo em protesto contra a aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo e também contra Joyce, a quem acusava de estar influenciando questões sociais do país.
Overheu foi condenado, na Corte de Magistrados de Perth, em julho de 2017, a pagar cerca de US$ 3.500 em multa pelo episódio.
Além disso, o idoso foi banido da igreja que costumava frequentar e também da Qantas, companhia aérea que tem Alan Joyce, o atacado com a torta, como diretor-executivo.
Em relação à obrigatoriedade de vacinação entre os funcionários da companha aérea Qantas, Alan Joyce se pronunciou em agosto do ano passado. Em entrevista à imprensa, ele afirmou que a vacinação seria uma exigência "para todos os nossos trabalhadores, na aviação ou nos escritórios". Mas o executivo explicou que aqueles com recomendações médicas para não serem vacinados seriam acomodados com medidas de distanciamento social, exigência de máscara e testes.
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