De acordo com a Our World in Data, organização global que coleta e sistematiza dados no mundo inteiro, o Japão registrava, até 1º de setembro, cerca de 59 milhões de pessoas totalmente vacinadas. O número corresponde, aproximadamente, 47% da população japonesa.
A vacinação no país foi alvo de críticas de círculos anti-vacina em grupos virtuais de mensagem, nos quais viraliza uma informação de que a Cruz Vermelha do Japão estaria recusando doações de sangue de quem tomou o imunizante contra Covid-19.
A mensagem em questão já foi visualizada mais de 2300 vezes. Um dos grupos em que foi divulgada conta com cerca de 17 mil participantes. Apesar de estar em circulação atualmente, a mesma informação já se tinha se tornado viral em maio deste ano, no Facebook. A publicação, na época, recebeu mais de mil compartilhamentos.
Em razão da repercussão das publicações, a Cruz Vermelha japonesa emitiu um comunicado, afirmando que se trata de um equívoco. A única recomendação que a entidade tem é que pessoas que receberam vacinas com tecnologia de RNA mensageiro(RNAm) só podem doar sangue 48 horas depois de serem vacinadas. O prazo vale tanto para a primeira, quanto para a segunda dose.
No Japão existem três vacinas aprovadas para uso: Pfizer/BioNTech, Moderna e Oxford/Astrazeneca. Destas, as que são produzidas com tecnologia de RNAm são as das farmacêuticas Pfizer e Moderna. O comunicado com essa orientação foi emitido no dia 28 de abril, porém a sua aplicação passaria a valer apenas no mês seguinte, no dia 14.
No mesmo comunicado, a Cruz Vermelha japonesa pede que respeitem a orientação e afirma que para outras vacinas, que não de tecnologia RNAm, análises ainda estão sendo feitas e por hora, não existem instruções para a doação de sangue por parte de pessoas vacinadas que receberem esses imunizantes.
Assim, as pessoas que tomaram vacinas não estão proibidas de doarem sangue no Japão. Elas apenas devem respeitar o prazo estipulado pelas autoridades de saúde locais. "Você pode doar sangue após o período acima, tanto para a primeira quanto para a segunda inoculação." diz trecho do comunicado.
Em março do ano passado, o Japão enfrentava uma baixa no número de doadores de sangue por conta da pandemia. Os mais jovens deixaram de ir ao centros de doação por medo do contágio, além disso, o país registra o maior número de população idosa do mundo, chegando a 28,4%, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Através de suas assessorias, a Embaixada do Japão no Brasil e o Consulado do Japão em São Paulo reafirmaram ao MonitoR7 o que foi informado no comunicado da seção japonesa da Cruz Vermelha Além disso, o Consulado reforça que todas as orientações são dadas pelo Ministério da Saúde e Bem Estar japonês.
No Brasil, vale a orientação do Ministério da Saúde. Para a vacina Coronavac, da Sinovac/Butantan, o prazo para doação de sangue é de 48h após cada dose. Já para as vacinas Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer/BioNtec/Fosun Pharma e Janssen-Cilag, o tempo de espera é de sete dias após cada dose. As informações são da Fundação Pró-Sangue, ligada à Secretaria da Saúde do Governo do Estado de São Paulo e responsável pelo maior banco de sangue do país.
Além disso, outras restrições em relação à doação de sangue após aplicação de outras vacinas já existem e, em alguns casos, se assemelham com as orientações para a vacina contra Covid-19. Para imunizantes preparados com vírus ou bactéria mortos, toxóide ou recombinantes (ex: cólera, poliomielite/Salk, tétano, febre tifóide/injetável, meningite, coqueluche, pneumococo) e vacina para a gripe, o doador deve esperar, no mínimo, 48 horas após a injeção para doar.
Já para vacinas de vírus ou bactérias vivos e atenuados (ex: poliomielite oral/Sabin, febre tifóide oral, caxumba, febre amarela, sarampo, BCG, rubéola, catapora, varíola, etc.), o indivíduo deve esperar, pelo menos, quatro semanas após a imunização para doar sangue. Essas e outras restrições e recomendações podem ser encontradas nas páginas dos hemocentros na internet.
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