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Verdade: experimento com fungos reorganizou metrô de Tóquio

Trecho de podcast falando sobre caso japonês em que fungos foram capazes de reorganizar sistema ferroviário do país viralizou

MonitoR7|Gabriel Herbelha*, do R7

Acredite: fungo e aveia apresentaram melhorias para o sistema de transporte público japonês
Acredite: fungo e aveia apresentaram melhorias para o sistema de transporte público japonês Acredite: fungo e aveia apresentaram melhorias para o sistema de transporte público japonês

O trecho de um podcast norte-americano viralizou no TikTok na última semana, com mais de 180 mil likes e 1,7 milhão de visualizações. No vídeo da gravação, o micologista (biólogo especialista em fungos) Paul Stamets conta que os japoneses arquitetaram um labirinto de nutrientes, simulando o sistema de metrô no Japão e na capital, Tóquio, usando um fungo e o alimentando com aveia.

Esse ser macroscópico reorganizou a estrutura de forma mais engenhosa, tornando o transporte público do país mais eficiente.

O entrevistador, Joe Rogan, dono do podcast mais popular do mundo, o Joe Regan Experience, coloca as mãos na cabeça, atônito com a informação que ouviu.

Assista ao vídeo:

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O programa em questão, gravado em 2017, viralizou após um perfil brasileiro da rede de vídeos curtos traduzir o trecho.

Embora a informação sobre fungos “trabalharem” na reorganização do metrô de uma das maiores potências mundiais seja inusitada e difícil de ser imaginada, ela é verdadeira.

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O estudo, publicado na revista Science, em janeiro de 2010, contou com a participação de pesquisadores japoneses e britânicos, que usaram o Physarum Polychephalum, um tipo de fungo gelatinoso, que sobrevive mandando apêndices em todas as direções possíveis em busca de alimento, para resolver uma questão de mobilidade urbana.

A ideia dos pesquisadores era recriar o sistema ferroviário japonês, que tinha um modelo arcaico, que não conectava regiões fora de Tóquio.

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Embora pareça uma situação difícil de ser resolvida, basicamente coube aos pesquisadores montar, em miniatura, um mapa que imitava a região de cidades que cercavam a capital do país, e sobre os pontos da cidade, colocar flocos de aveia.

O fungo, precisando se alimentar, se direcionava aos flocos de aveia e se multiplicava, explorando os novos territórios.

Após cerca de 28 horas, o fungo construiu uma rede que se conectou através dos nutrientes adquiridos com a aveia, e surpreendentemente, o design das ligações entre as cidades ficou praticamente idêntico ao do sistema de trens ao redor de Tóquio, mas com um número maior de túneis, e mais organizado.

O vídeo abaixo mostra a evolução do experimento, com o fungo se alimentando e consequentemente se organizando naquele espaço, que simula o sistema ferroviário:

"Os computadores não são tão bons em analisar as melhores rotas que conectam muitos pontos de base porque o volume de cálculos se torna muito grande para eles. [...] Mas os moldes de fungo, sem calcular todas as opções possíveis, podem fluir sobre as áreas de maneira improvisada e, aos poucos, encontrar as melhores rotas”, explica Atsushi Tero, que atua na Universidade de Kyushu, no oeste japonês, que participou do estudo.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Filipe Siqueira

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